Reunimos alguns dos principais nomes de diretoras premiadas das Américas, da África e da Ásia para provar que as minas vieram para ficar e revolucionar a indústria cinematográfica. Listamos os filmes mais acessíveis justamente para facilitar a sua pesquisa, mas tem tanta diretora bacana que muitas listas ainda serão necessárias para cobrir de forma justa o espectro do que está sendo produzido por aí. Divirta-se!
9 – Dee Rees (EUA)
Estudou cinema na Universidade de Nova Iorque, onde teve a honra de ter como professor nada menos do que Spike Lee. Ela foi estagiária na produção de dois filmes do cineasta que, por sua vez, atuou como produtor executivo em seu primeiro longa, Pariah (2011). O mais novo filme de Dee Rees, Bessie Smith (2015), é a biografia da cantora de blues de mesmo nome, interpretada nas telas pela cantora e atriz Queen Latifah.
8 – Lucrecia Martel (Argentina)
Em A Mulher sem Cabeça (La Mujer sin Cabeza, 2008), a diretora argentina conta a história de uma mulher que passa com seu carro sobre algo na estrada, mas, espantada, não tem coragem de ver o que houve. Após esse acontecimento, a protagonista vive perturbada pela ideia de ter atropelado alguém. O talento da diretora despertou admiração dos irmãos Almodóvar, que decidiram fazer a produção executiva de seu filme La Niña Santa, de 2004.
7 – Wanuri Kahiu (Quênia)
Com o filme From a Whisper, Kahiu recebeu 5 prêmios no 5th Africa Movie Academy Awards, em 2009. É conhecida por seu ponto de vista crítico em relação à atuação de ONGs no continente africano. Segundo ela, para conseguir financiamento para a produção de um filme na África, é preciso fazer filmes que se enquadrem na temática financiada pelas ONGs, ou seja, sobre temas como combate à AIDS e à prática da mutilação genital feminina.
6 – Safi Faye (Senegal)
A senegalesa Safi Faye foi a primeira diretora da África Subsariana a ter um filme distribuído comercialmente no exterior, com o filme “Carta do meu Vilarejo” (Kaddu Beykat, 1975). Embora premiado, o filme foi banido em seu próprio país. Seu primeiro filme, um curta no qual também atuou, chama-se La Passante (The Passerby, 1972) e mostra a reação de homens enquanto Faye anda pelas ruas de Paris. Apesar da respeitada filmografia, Faye é pouco conhecida em seu país.

5 – Anna Muylaert (Brasil)
Com Que horas ela volta? (2015) Anna Muylaert garantiu de vez o seu lugar no hall dos diretores brasileiros mais respeitados da atualidade. O filme foi premiado em um dos dois mais importantes festivais de cinema dos cinco continentes, Sundance (EUA) e Festival de Berlim (Alemanha). Aqueles que desejam conhecer um pouco mais do seu trabalho não podem deixar de assistir Durval Discos (2002), uma história que tem como cenário uma loja de discos em uma São Paulo em vias de gentrificação, mas que também aborda a relação de um roqueiro de meia idade e sua mãe. No decorrer do filme, a trama a princípio inocente se torna um sufocante suspense.
4 – Samira Makhmalbaf (Irã)
Quando A Maçã foi exibido no Festival de Cannes em 98 Samira tinha apenas 18 anos. Um talento precoce que encontrou apoio na família de artistas, uma vez que seu pai também é um renomado diretor de cinema. Em A Maçã, a diretora apresenta um roteiro baseado em fatos reais, a história de duas irmãs que viveram presas pelos país durante 11 anos. Samira voltou a Cannes dois anos depois com o filme Blackboards (2000), recebendo dessa vez o Prêmio do Júri.
3 – Mariana Rondón (Venezuela)
Em 2013 a diretora lançou Pelo Malo, filme que conta a história de um menino da periferia de Caracas que deseja ter cabelos lisos, enquanto sua mãe, uma mulher dura e solitária, suspeita que o filho seja homossexual. Um retrato sensível sobre uma sociedade que, apesar de sua busca por igualdade social, também enfrenta o preconceito em todas as suas nuances. Outra obra que nos ajuda a entender a diretora é o filme autobiográfico Postales de Leningrado (2007), que conta um pouco sobre sua história familiar enquanto filha de guerrilheiros das Forças Armadas de Liberação Nacional (FALN).
2 – Claudia Llosa (Peru)
Seu filme A Teta Assustada (La Teta Asustada, 2009) foi premiado no Festival de Berlim com o Urso de Ouro (prêmio de melhor filme), portanto falar sobre o talento dessa diretora peruana é tarefa desnecessária. O primeiro filme da diretora, Madeynusa (2005), estreou no festival de Sundance, um dos mais importantes dos Estados Unidos. Outro fato interessante sobre Claudia Llosa é que ela é sobrinha do escritor peruano Mario Vargas Llosa e filha do diretor Luis Llosa, indicado no Razzie Awards ao prêmio de pior diretor pelo filme Anaconda.
1 – Mira Nair (Índia)
Certamente uma das diretoras mais renomadas da atualidade, contabilizando em sua carreira mais de 20 filmes, entre ficções e documentários. Seu primeiro grande sucesso foi Salaam Bombay! (1988), um filme que mostra o cotidiano de crianças de rua de Bombay. Entre os vários prêmios, esse trabalho rendeu a Mira a Câmera de Ouro em Cannes. Em Um Casamento à Indiana (Monsoon Wedding, 2002), Mira Nair surpreende tratando de temas bastante sensíveis, como pedofilia e casamento arranjado, em um filme que conserva seu aspecto cômico.